Novidades da Agência PUC sobre a 13a. Semana de Publicidade.

Acessem e compartilhem!

http://semanapp.wordpress.com/2012/08/01/13a-semana-de-publicidade/

É impossível, para qualquer ser humano, deixar passar em branco o dia de hoje. Na verdade, injustiça é lembrarmos delas e homenageá-las apenas no dia de hoje.
Para mim, todos os dias são os dias delas. Afinal, sem elas o nosso mundo para de girar, nosso chão some, ficamos sem norte, sem rumo.
Se não fosse por elas, aliás, estaríamos por aí, como que flutuando no ar, sem rumo, sem destino e sem segurança.
Sem elas, não há dia, não há noite, nem sol, nem lua, nem estrelas.
São elas que garantem nosso sustento, nossas plantações, nossa água e alimentos.
Quando, num dia, a humanidade estiver pensando alto demais, são elas que nos puxam de volta pro chão, para a realidade e para a segurança.
Sem elas, a vida não tem ar, não tem oxigênio, pois juntas, são elas que nos faz seguir em frente, incansáveis, imbatíveis e com passos firmes.
Por isso, no dia de hoje, faço destas minhas simples palavras uma singela homenagem em agradecimento por vocês existirem e fazerem parte das nossas vidas.

PARABÉNS, ROTAÇÃO, TRANSLAÇÃO E GRAVIDADE!

Acabo de assistir na Band News ao comercial do colégio J. Piaget.

O foco é no sistema de ensino (claro!), que usa material didático próprio. Como sempre, assisti com aquela curiosidade e olhar crítico publicitários. E, claro, pesquei um problema.

Sou pai de uma menina de 3 para 4 anos e já estou naquela fase de procurar um colégio para ela estudar, já que a escolinha vai até o jardim “alguma coisa”. Eu já estava assistindo aos comerciais quando surgiu o do J. Piaget na tela. Opa, pensei, vamos ver o que esse colégio pode oferecer à minha menina.

A primeira frase me incomodou muito (sou redator, lembra?!), mas fui assistindo ao resto. Nas últimas frases me liguei no que estava pegando: um maldito vício de linguagem repetido pela coordenadora pedagógica do colégio. Vamos lá…

O filme começa com a seguinte frase: “O produto do J. Piaget Sistema de Ensino, ele é um material didático…” Argh! Essa é uma das encrencas que mais me incomoda a respeito da língua portuguesa (ou no total desrespeito à ela). Se o sujeito já foi empregado na frase, por que raios tem que repetí-lo, ou usar um pronome para “reforçá-lo”? E o massacre continua. “Porque nós sabemos que, hoje, o aluno, ele é multimídia.”

No decorrer do filme, mais nenhum problema. Assistindo mais algumas vezes pelo Youtube (cuja versão é a mesma da TV e que fiz questão de colar no fim do post), percebi que a moça só pisa na bola quando ela é mostrada falando com um interlocutor oculto. Quando a voz dela fica na locução em off, o texto é interpretado, sinal de que ela estava lendo o que falava naquele momento.

Enfim, minha dúvida é: a equipe responsável pela execução do filme e da Campanha como um todo deixou passar essa, ou a escola faz questão de nadar a favor da corrente que prega que devemos combater o “preconceito linguístico”?

Fico preocupado com isso, pois independente de qual seja o caso, eu estou ferrado. Como professor de Publicidade, devo ensinar aos meus alunos que na Publicidade, agora, devemos nos render deliberadamente às aberrações linguísticas, destratando a nossa pobre “flor do Lácio” nas nossas campanhas? Ou, pior, devo me preocupar com o futuro da minha pequena, que sentirá uma confusão ao chegar da escola, falando errado porque a professora ensinou assim, e eu, pobre Publicitário, tendo que corrigí-la, ensinando o certo e explicando que a nossa língua deve obedecer à evolução?

 

 

Estou esperando o dia em que Pedagogos e Linguistas promoverão uma versão pocket da Reichskristallnacht, esculhambando os nefastos “preconceituosos linguísticos”.

Foi lançado nesta semana o comercial da Vivo para o Dia dos Namorados. Uma puta sacada (Africa), usando a música Eduardo e Mônica (Legião Urbana) como enredo. Simples, mas eficiente, principalmente porque foi bem produzido (O2).

Já no primeiro dia foi parar nos TTs mundiais e bombou no Youtube, Facebook, blogs e afins. Um baita sucesso!

Mas, no mundo da Publicidade, sempre tem alguém querendo azedar o lado de outro alguém. Ontem, recebi um tweet do Meio & Mensagem sobre uma campanha da década de 1990, criada pela Salles para a empresa de telefonia móvel ATL, usando a mesma Eduardo e Mônica como pano de fundo e roteiro. Bom, não preciso nem dizer o estouro que deu nas redes sociais.

É aí que mora o perigo…

Já logo de cara, o povo começou a gritar “plágio”, “chupação” etc. Mas, o tio aqui tem uma opinião diferente a respeito.

Ok, os dois filmes usam Eduardo e Mônica. Mas, e daí? A música é da banda Legião Urbana, não da ATL, nem da Salles, nem da produtora. Além do mais, usar a música e não usar um casal para representá-la é praticamente uma idiotice, já que são um casal que se conheceu de maneira inusitada. “Mas, Lelo, poderiam ter usado um casal de chinchilas, por exemplo. Aí não ficaria tão igual!” Isso mesmo! Que tal você tentar treinar chinchilas para usar um celular? Será que teria o mesmo efeito?

Outro fato que notei (e aposto que todo mundo, inclusive os cricas de plantão) é que o comercial para a Vivo é bem mais comprido que o para a ATL. O desenrolar da história no atual é bem mais completo e complexo que o do seu antecessor. A Mônica do antigo parece ter a mesma idade (senão menos) que o Eduardo. Já no filme produzido pela O2, a moça parece ser mais velha e madura que o rapaz.

A edição do primeiro filme (ATL) nem chega perto da qualidade do segundo (Vivo). Tudo bem! Antigamente, não dominávamos tão bem algumas técnicas e, atualmente, em produção, é tudo muito mais bem desenvolvido e moderno. Mas, ainda assim, é diferente!

É claro que algumas cenas e situações dos dois filmes são muito parecidas (ou iguais, como alguns disseram). Mas, repito, a música é quem dá o tom do desenrolar da história. Além do fato de alguns elementos serem recorrentes em ambas as épocas. Um exemplo é o fato de os dois Eduardos acordarem e olharem a hora no celular, enquanto as duas Mônicas estavam tomando um conhaque no bar.

Porra! O que é que a música diz? Por um acaso as duas versões são diferentes a ponto de mudarem a letra de uma para a outra? Levante a mão quem é que nunca acordou e olhou as horas no celular pelo menos uma vez na vida!?! E, por fim, alguém consegue imaginar diferente alguém tomando conhaque num bar, tipo um bar diferente de um bar e um conhaque diferente de um conhaque?

As situações são as mesmas, mas os detalhes são muito diferentes.

Pensem em refilmagens, por exemplo. A Identidade de Bourne é uma refilmagem; Onze Homens e um Segredo também; idem para Thomas Crown. Alguém ficou de mi-mi-mi para essas refilmagens serem refilmagens ou acusaram de plágio seus roteiristas e diretores? Alguém ficou bradando que eram representações da mais pura falta de criatividade?

E para finalizar, por falar em Criatividade, vai aqui a definição que uso e cito todas as vezes que preciso falar dela:

“Criatividade é a capacidade de criar algo novo, inédito, diferente, nunca visto. Assim como tornar algo existente, já feito, em algo novo, diferente, nunca visto.”

Agora, assistam aos dois comerciais e tirem suas próprias conclusões.

… o “Don’t worry, be Suzuki”?
Primeiro, porque parece que o jingle foi escrito nas coxas. Tuuudo bem! Veio de uma puta Agência que eu respeito muito, mas que foi nas coxas, foi.
Aí, o meu irmãozão Filipe Crespo lança a história do Donato, redator da Ogilvy, que num tom meio irônico disse que se chama a atenção, não importa como, mesmo que seja tosco, tá valendo. Ok. Tosco chama a atenção, mas o povo de Planejamento há de concordar comigo que, em se tratando de Posicionamento, a última coisa que uma montadora quer é ser lembrada pela tosquisse que foi a sua última campanha.
Além disso, a letra é tão ruim que o jingle fixa na cabeça, mas as imagens do carro ficam de lado na memória. Vale salientar que o jingle fixa por ser ruim demais, como a patética canção Friday, da aspirante a imitação de cantora Rebecca Black.
“Ah, Lelo! Mas pelo menos a canção emplacou!” Claro! Entre as mais espinafradas da história do Youtube.
É como Dolly. Fica na mente, mas comprá-la no supermercado é o equivalente a usar palito de dente após as refeições.
Enfim, vão me chamar de frustrado, rabugento e me excluir do hall da fama da Publicidade (ou pelo menos destruirão minhas humildes esperanças de só ser lembrado), mas acabo de ler um trecho do livro da redatora Marina Negri (Contribuições da Língua Portiguesa para a Redação Publicitária), que resume de maneira fantástica o que eu sinto por essa nova safra de jingles horríveis:

“Vem de algum tempo a instauração de um modelo criativo que exibe claro, gradativo e disseminado empobrecimento do aspecto verbal de anúncios impressos e eletrônicos, baseado em gratuidades, repetições e modismos eventuais; em desproporção com o aspecto visual, cada vez mais sofisticado e quase onipresente nas peças.”

Ou seja, nem as imagens do comercial da Suzuki salvam a campanha.

O maior Publicitário que pisou na face da terra (e não discuto essa minha opinião com ninguém, foda-se), certa vez escreveu uma carta ao seu chefe, alertando-o sobre os perigos de o sucesso engessar a criatividade da agência em que trabalhava na época, a Grey Advertising. Li o texto pela primeira vez na graduação e, desde então, todas as vezes que leio, sinto um nó na garganta. Mas é de orgulho. Orgulho de ter tido um “antepassado” tão foda, mas tão foda, que mudou a Publicidade a ponto dela ser uma das profissões mais nobres que o mundo já viu.

Por mais que nos difamem, critiquem ou espinafrem, somo diferentes, somos bons, somos fodas. E esse texto me lembra disso a cada vez que leio. E cada palavra dele me diz que eu fiz a escolha certa.

Contemplem um verdadeiro tratado de poucas linhas sobre o que é, realmente, ser um Publicitário.

Valeu, Bill!

Nova York, 15 de maio de 1947

Caro senhor:

Nossa agência está crescendo. Isso é motivo para nos deixar satisfeitos, mas também para nos preocupar. Eu não me importo de dizer que estou profundamente preocupado. Estou preocupado de cairmos na armadilha da grandeza, de abordarmos técnicas em vez de essências, de seguirmos o curso da história em vez de criá-lo, de estarmos sendo dominados por superficialidades em vez de nos apoiarmos em princípios sólidos. Eu temo que nossas artérias criativas comecem a se solidificar. Existem muitos ótimos especialistas em publicidade. Infelizmente, eles só falam da melhor parte do assunto. Eles conhecem todas as regras e podem dizer a você se as pessoas em um determinado anúncio conquistarão um número maior de clientes entre os leitores de uma publicação. Eles são capazes de lhe dizer se uma sentença deve ser extensa ou breve. Podem dizer de que forma fragmentar um texto a fim de torná-lo mais atraente. Eles podem lhe dar fatos e mais fatos. São os cientistas da publicidade. Só há um pequeno empecilho. Publicidade é fundamentalmente persuasão e persuasão não é uma ciência e sim uma arte. É aquela faísca criativa de que sou tão orgulhoso em nossa agência e que eu estou tão desesperadamente amedrontado de perder. Eu não quero acadêmicos. Eu não quero cientistas. Eu não quero pessoas que façam coisas certas e sim gente que faça coisas inspiradoras. No ano passado, eu devo ter entrevistado cerca de oitenta profissionais – redatores e diretores de arte. Muitos eram de agências supostamente poderosas. Foi espantoso ver como eram poucas as pessoas verdadeiramente criativas. Claro, elas tinham experiência em propaganda. Sim, elas estavam a par das técnicas publicitárias. Mas olhe além da técnica e o que é que você encontra? Uma mesmice, um cansaço mental, uma mediocridade de idéias. Mas essas pessoas poderiam justificar cada anúncio baseadas no argumento de que obedecem às regras da propaganda. É como venerar um ritual em vez de Deus. Tudo isso não é para dizer que a técnica não é importante. Habilidade técnica superior torna um homem bom melhor ainda. O perigo é a preocupação excessiva com a habilidade técnica e o erro de confundi-la com o talento criativo. O risco está na tentação de comprar indivíduos padronizados que têm uma fórmula para a propaganda. O risco está na tendência natural de se ir atrás do talento comprovado, aquele que não nos deixa fora da competição, mas certamente nos fará parecer com todos os outros. Se vamos avançar, devemos exibir uma personalidade distinta. Devemos desenvolver nossa filosofia e não a filosofia publicitária de outros imposta a nós. Deixe-nos traçar nossos caminhos. Deixe-nos provar para o mundo que bom gosto, boa arte e boa redação podem ser bons de venda.

Respeitosamente,

Bill Bernbach

Calma! Ainda não chegou o momento em que poderemos escolher o que queremos no videoclipe na hora.

A Banda Devo, famosa nas décadas de 1970 e 1980 fez sucesso com músicas como a versão para Satisfaction, dos Stones, Whip It (é… não é do Nirvana), Time out for Fun e Peek-a-Boo. Tirando Whip It (que a maioria dos leitores recém-saídos da puberdade conhecem), as outras são conhecidas só pelos marmanjos da old-school, como o tio aqui.

Mas, o tempo passa, o tempo voa e o Devo continua numa boa. Tanto que o Mark Mothersbaugh é apresentador de um quadro no Yo Gabba Gabba, um dos programas infantis de maior sucesso em todo o mundo (Não conhece? Se vira…). Além disso, o Devo lançou no final de 2010 mais um álbum, com a mesma pegada maluca presente em seus primeiros álbuns, o Something for Everybody.

E tem mais: acaba (mesmo) de lançar um clipe interativo da música What We Do. Totalmente feito em cima de um focus group com fãs da banda, o clipe foi todo dirigido e editado de acordo com os resultados da pesquisa, como o tipo de roupa, personagens, cenário etc. Mas a interatividade não para por aí.

Ao assistir o clipe (assista pelo Mashable NESTE LINK), você literalmente controla a direção da câmera, para cima, para baixo, direita ou esquerda, deixando na tela o personagem que quiser ou passando sem parar por todos, simplesmente clicando na tela e arrastando o mouse por onde bem entender no vídeo.

Além disso, no rodapé, há um controle de zoom e outro de som. Ao lado, alguns links para comprar produtos usados pelos integrantes da banda e outros presentes no cenário do clipe.

O efeito é bem legal. Apesar de ter testado uma duzentas vezes e já ter percebido que o clipe é o mesmo em todas elas, o efeito ainda é bem legal, mesmo!

Segue uma palhinha do clipe, mas não deixem de ver pelo link acima e testar a brincadeira.

Fonte: Creativity

Filipe Crespo, dono e proprietário do Blog do Crespo, meu amigo e colega de profissão resolveu partir para outra carreira.

Agora ele resolveu ser o Amaury Jr. da Publicidade e entrevistou nada mais, nada menos que Ângelo Franzão, uma das maiores lendas vivas da Publicidade.

Brincadeiras à parte, uma entrevista bem legal que vale a pena ser conferida, principalmente nas dicas.

Por exemplo, Franzão destaca o quanto a categoria Titanium de Cannes é ainda pouco explorada pelos brasileiros (#ironiarulez); ou quando ele fala do mercado de Mídia lá fora e aqui no Brasil (coisa que meus alunos do 1o semestre tiveram em primeira mão com o Crespo); ou quando ele fala sobre o que um egresso do curso de Publicidade deve levar em conta na hora de procurar uma colocação no mercado.

Enfim, resumindo mesmo, leitura obrigatória. Passa lá!

P.S.: Viu, Filipe!? Não reproduzi!

Muito legal essa intervenção no túnel da Eusébio Matoso, sentido Av. Brasil.

Material? Pano úmido sobre telas sujas de poeira.

Excelente!

(Via blogdocrespo.com.br)

Não é segredo para ninguém que eu sou um fã incondicional das redes sociais. Eu sempre falo delas nos meus posts, aulas e conversas com amigos. Todas as vezes que algum aluno vem me pedir um conselho sobre o planejamento do seu Projeto Experimental, sempre penso em algo que possa ser usado em alguma rede social. Todos os clientes da Agência PUC saem com alguma sugestão de Social Media.

A rede do meu coração é o Twitter. Simples, curto e prático. Mas, volúvel que sou, tenho a minha quedinha pelo Facebook, ainda mais que agora estou encontrando amigos da minha época de Exército que não via há 20 anos. E não é que a plataforma fez com que parecesse que nos vimos a última vez há uns dois dias, no máximo?!?

Agora, além de ter me proporcionado encontrar velhos amigos, criou uma nova plataforma para a minha quarta maior paixão (minha filha, minha esposa, meus pais e minha irmã são as quatro primeiras): a Publicidade.

O Facebook Studio é uma espécie de Facebook pra publicitários e agências. Pela sua própria conta no FB, você se conecta e, a partir daí, você pode postar suas campanhas ou de sua agência para que publicitários e Agências de todo o mundo possa analisá-las, criticá-las e comentá-las.

Da mesma maneira, todas as campanhas das agências estão ali para que sejam vistas por você e todo mundo que estiver por ali.

De acordo com o Ad Age, é a oportunidade do Facebook se aproximar da comunidade criativa mundial e agências de Publicidade.

Vale a pena dar uma passada lá e conferir. Assista ao vídeo da Coca-Cola e você vai entender.

Ontem, minha irmã me contou uma história que me deixou de cabelos em pé, como professor e educador.

Uma de suas amigas estava no ônibus, não sei se num coletivo ou se num desses de viagem, e ouviu o seguinte diálogo:

– Sabe que até hoje não sei quando se usa ‘poblema’ e ‘pobrema’!? *

– Ah, mas isso é fácil. ‘Poblema’ é quando é uma coisa geral, um ‘poblema’ coletivo. Por exemplo, o ônibus tá demorando. Isso prejudica todo mundo, por isso é um ‘poblema’.”

 E a moça continua…

 – Já o ‘pobrema’ é uma coisa só sua. Exemplo: ‘Você vai chegar atrasada ao trabalho porque o ônibus atrasou. Isso é um pobrema SEU.

O que mais me espanta é que é uma teoria ricamente formulada, embasada em porra nenhuma, multiplicada de maneira quase que virótica.

E o que mais me emputece (com o perdão do uso exagerado até agora das palavras de baixo calão), é que tem sempre um linguista de plantão que vem em defesa da capivara que proferiu tal teoria, dizendo que “Devemos respeitar essas mutações benéficas do nosso vernáculo, que são pura e simplesmente uma expressão regionalista da língua portuguesa, que por sua vez está em constante transformação. Essas mudanças são o reflexo da fluidez contínua da miscelânea tropical que se tornou o nosso idioma…”.

Agora, pergunto: será que esse beócio releva quando o filho escreve “nóis” na redação, ou solta no meio do diálogo um “pra mim fazer”? O moleque deve levar uma saraivada de broncas, recheadas por expressões do tipo “nem parece filho de professor de Português”!

Tá na hora de pararmos com essa mania de passar a mão na cabeça de quem quer ser incluído e os incluirmos de verdade. É direito deles falarem corretamente. O ensino deve ser encarado como um desafio, não apenas como um papel chamado “diproma”, que supostamente resolverá seus PROBLEMAS.

* O diálogo foi escrito na norma culta (ou pelo menos, na tentativa de). Não faço a menor ideia das exatas palavras ou expressões usadas pelas duas moças.

Qual seria o resultado se combinássemos a marca Nike, referência e praticamente sinônimo de esporte, com Robert Rodriguez, um dos diretores mais brilhantes da nova geração do cinema? É pouco? Adicione Kobe Bryant, Danny Trejo, Bruce Willis e Kanye West. Voilá!

O resultado, você vê a seguir:

Pra quem gosta de cinema, basquete, publicidade ou os três juntos, um prato cheio!

Via Meio & Mensagem

Em DVD e Bluray, todo 5º dia útil…

Novo comercial da Harley Davidson criado por um consumidor da marca.

Saiba mais no Meio & Mensagem.

É engraçado como certos assuntos dão audiência.

Esse último post da Brastemp, por exemplo, trouxe gente ao Kickmarketing que nem imaginava que lia sobre Publicidade. Enfim, é um assunto que deu pano pra manga, que dividiu opiniões. Muito bom! Gosto disso! Gosto mais ainda de conhecer opiniões divergentes. E assim me torno um publicitário melhor.

Falando em Brastemp, alguém teve curiosidade de tentar mensurar, mesmo que de maneira superficial, o tamanho da encrenca que o sr. Oswaldo arrumou para a empresa? O Filipe Crespo sabe melhor que ninguém como mensurar Comunicação. Espero que ele me perdoe pela minha tentativa de exercício de Mídia amador, mas achei um dado interessantíssimo para que nós, profissionais de Publicidade, reflitamos um pouco sobre a força das Mídias Sociais. Principalmente para aqueles que ainda não entenderam essa força.

Dei um print screen do resultado da busca no Youtube sobre Brastemp. Vou parar as explicações por aqui, me limitando a apenas dar algumas dicas: prestem atenção apenas nos três primeiros vídeos resultados da busca; agora reparem na quantidade de views de cada um deles, o tempo em que estão publicados e nos responsáveis pela publicação.

E aí? O que vocês acham?

Levante a mão quem não viu o vídeo de um cidadão comum ao lado do seu refrigerador Brastemp, reclamando da assistência técnica, do refrigerador, da Brastemp. Se você é da área de Comunicação ou de Marketing e não levantou, receio que você esteja um pouco desatualizado ou ainda tem preconceito quando se fala em Mídias Sociais. Para os demais (que não são obrigados a terem um olhar mais profissional em relação à Comunicação ou Marketing), sem problemas. Vou resumir a história.

O sr. Oswaldo Boreli comprou um refrigerador Brastemp que, após três anos de uso, passou a apresentar um defeito difícil de ser diagnosticado. Quando descobriram a causa, apresentaram um orçamento equivalente ao preço de um produto novo. Contactada, a Brastemp se comprometeu a trocar o aparelho por um novo, recebendo o defeituoso como forma de pagamento. Como a empresa demorou para efetuar a troca, o sr. Boreli fez uma vídeoreclamação e postou no Youtube.

Só que as Mídias Sociais têm um funcionamento completamente diferente das suas antecessoras. O vídeo extrapolou as fronteiras do Youtube e foi parar nos emails, perfis do Facebook e Orkut e sabe lá Deus onde mais. Um desses programas matinais de variedades, na mesma semana, fez uma oportuna(ista) reportagem sobre os direitos do consumidor, em que o ponto alto era o vídeo do sr. Boreli. E o assunto morreu por aí.

Bom, pelo menos para a imprensa.

Ontem eu recebi, semanas depois de o caso ter sido resolvido, o tal vídeo por email. Pois é, o caso já foi resolvido, o cidadão já está usufruindo do refrigerador novo e a Brastemp já soltou uma nota explicativa há um bom tempo (em 29/1/2011, pra ser mais preciso).

Mas é aquela história: a Internet, na maioria das vezes, é madrasta, não mãe. As coisas bizarras e denúncias proliferam e se multiplicam a uma velocidade espantosa. Isso é fantástico. Mas, como eu disse, a rede não é mãe. Alguém aí, daqueles que levantaram a mão por terem visto o vídeo em algum lugar, soube da resposta da Brastemp, ou que o problema foi resolvido? Pois é. Eu, por exemplo, só fiquei sabendo que o problema foi resolvido rapidamente após o vídeo porque acompanho os eventos desse tipo em todos os detalhes. E o pior: só fiquei sabendo da REPOSTA da Brastemp porque conheço uma pessoa que trabalha lá, num almoço de fim de semana.

Esse é o lado cruel da web, que já não é muita novidade para os estudiosos do mercado, que conhecem bem aquela regra de que um cliente satisfeito fala sobre isso com três pessoas, enquanto que o insatisfeito fala com 30 (ou 300, ou 3000, depende do autor do livro…).

Mas, o que é justo, é justo. Por isso, reproduzirei abaixo a mensagem-resposta da Brastemp a todos os consumidores ou curiosos que entram em contato com a empresa recebem e que, inclusive, está publicada permanentemente no seu site:

“A satisfação dos nossos consumidores é nossa principal motivação. Cada um dos donos das dezenas de milhões de produtos que temos no mercado é, para nós, um cliente especial, que deve ser tratado de maneira individual.

A Brastemp se tornou uma marca respeitada porque investe continuamente em ouvir nossos consumidores e desenvolver tecnologias para entregar a eles a qualidade esperada e surpreendê-los com inovação. E fazemos isso por acreditar que a satisfação do consumidor é a nossa maior conquista.

É por tudo isso que nós, as pessoas que estão por trás da Brastemp, nos sentimos muito frustrados quando uma falha como a cometida com o Sr. Oswaldo acontece, porque todos os nossos consumidores são igualmente importantes. Erros desse tipo fogem do nosso padrão de atendimento, mas não por isso são menos importantes para nós. Sempre que detectada uma falha no processo de atendimento, agimos prontamente. Foi o que aconteceu neste caso, resolvido no dia 24 de janeiro.

Para o consumidor, o problema está resolvido. Para nós, ele é parte de um aprendizado, que transformaremos em ações de melhoria nos nossos processos de atendimento, nos ajudando a eliminar casos como esse.

Assim, os nossos canais de atendimento ao consumidor, identificados abaixo, continuam à disposição de cada um dos nossos consumidores.

Telefones:3003 0099  capitais e regiões metropolitanas0800 97 00 999  para as demais localidades2ª a Sábado das 7h30 às 22h00.

Internet:www.brastemp.com.br”

Todas as vezes em que se fala em ensino a distância (EAD) numa das instituições que dou aulas, todos se arrepiam. Desde os docentes, coordenadores, corpo administrativo e, principalmente, os alunos. Apesar de ser uma tendência relativamente antiga no meio acadêmico, aqui no Brasil ainda engatinha, por isso ainda há alguns contratempos, sejam eles técnicos, sejam por parte dos alunos, que ainda têm dificuldade em assimilar a proposta.

Independente do culpado, o processo pode até não andar a uma velocidade desejada, mas tem que andar. Assim, os professores (não me cabe falar dos outros envolvidos no processo) fazem das tripas coração para que a coisa saia do melhor jeito. Em algumas instituições, usa-se algum tipo de plataforma acadêmica para reunir todas as ferramentas necessárias a uma “aula não-presencial”, que pode ser através de textos para serem baixados, vídeo-aulas, fóruns, chats etc. Acho, realmente, uma coisa muito legal mas, como disse, ainda precisa de muitos ajustes para funcionar bem. Alguns até dizem que o EAD não tem futuro, como li numa reportagem dessas revistas do segmento educacional.

Mas, seja contra ou a favor, o EAD é uma realidade e os professores, de fato, se esforçam bastante, inclusive lançando mão, para os alunos que não conseguem se adaptar ao sistema, de artifícios tão conhecidos da era pré-EAD, como xerox na pasta, atendimento no corredor na hora do cafezinho e email.

Eu, por questão de tempo (pretendo concluir meu Mestrado até setembro deste ano), estou sem disciplinas EAD há algum tempo. Mas, de certa forma, continuo a dar os meus tiros na modalidade. Uma das coisas que mais faço quando estou conectado à internet é responder aos emails dos alunos, seja para assuntos da Coordenação, ou mesmo para matar dúvidas de aula. E vou te contar: alguns dos emails saem melhor que muita aula que ministro.

Por exemplo, um email que reproduzo abaixo, sobre qual estratégia meus orientados deveriam utilizar no seu Projeto Experimental. A aula sobre o assunto, foi ministrada (por mim mesmo) no semestre passado:

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From: Tiago Efectus
Date: 14 de fevereiro de 2011 09:49:49
To: “Prof. Lelo Brito”
Subject: Dúvida: posicionamento

Bom dia, Lelo, tudo bem?

Estamos com dúvidas quanto ao posicionamento. Aqui vai uma:
Podemos utilizar mais um tipo de posicionamento? É que, pelo que analisamos aqui, o Itaucard pode ter posicionamento por benefícios, mente, foco e escala.
Podemos trabalhar estes tipos ou é melhor “escolher” um e trabalhar mais pesado em cima dele?
Abraço!

Tiago Vieira Silva de Jesus

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From: “Prof. Lelo Brito”
Date: 14 de fevereiro de 2011 10:39:29
To: Tiago Efectus
Subject: Re: Dúvida: posicionamento

Bom dia, Tiago!
Não. É preciso escolher apenas uma estratégia de posicionamento.
Posicionamento é criado para se estabelecer a maneira como a marca será reconhecida/lembrada/associada pela mente do consumidor.
Se opta-se por mais de uma estratégia, corre-se o risco de se criar um posicionamento confuso na mente dele, resultando ou em rejeição, ou em dispersão.
Pessoalmente, optaria pela estratégia de benefícios, já que esse é u dos grandes diferenciais do cartão.
Primeiramente, listem todos os atributos do cartão. Num segundo momento, listem os benefícios. Feito isso, releiam a lista de atributos e determinem em que tipos de benefícios cada um deles pode se converter e completem a lista de benefícios.
Me tragam essas duas listas nesta quarta-feira para estudarmos juntos.

Por que não os outros?
Por mente, ou lembrança, pelo simples fato de que a marca Itaú já faz isso pelo cartão, assim como por todos os seus produtos. Assim, seria arriscado apenas contar com os valores agregados da marca, que poderia resultar até em um futuro problema.
O posicionamento por foco é uma estratégia difícil e complicada de se aplicar. Há um risco enorme em se utilizar o conceito equivocado. Por isso, é necessário, antes de tudo, fazer uma pesquisa profunda, mais quali, para tentarmos identificar o conceito que o PA mais se identifica e fazer alguns testes. Aquele case da Skol que usei como exemplo dá a entender que foi fácil. Mas só deu essa impressão porque está pronto e mastigado pelo Prof. Lelo. O conceito do “redondo” não surgiu da noite pro dia. Infelizmente, não temos tanto tempo para aplicar uma pesquisa decente para tal propósito.
O por ESCADA (não escala), definitivamente, não é o caso. A marca Itaú pode não ser a líder no market share nem share of mind, mas, com certeza, a diretoria e os acionista não acham atraente a ideia de se trabalhar com o conceito “o segundo melhor cartão”, ou “a marca que está entre as 5 mais respeitáveis de cartão de crédito”. Uma instituição bancária da envergadura do Itaú, jamais poderia se dar ao desfrute de se posicionar dessa maneira. Afinal, em se tratando de dinheiro (principalmente o nosso e não do banco), confiabilidade vem agregada apenas a conceitos como “melhor”, “maior”, “mais sólido” etc.

Ajudei?
Qualquer coisa, grite novamente!

Abração,

Lelo

Há alguns anos, fiquei impressionado ao ler o Propaganda Subliminar Multimídia, do Flávio Calazans. Algumas coisas são questionáveis, admito, mas o cara fez uma baita pesquisa a respeito. E isso, trocadilhos à parte, eu respeito.

Mas, no Facebook de um amigo meu, vi uma imagem que me fez pensar a respeito de um novo conceito: a Propaganda Sobreliminar:

Que Santa Clara tenha piedade da classe publicitária…

Os antenados de plantão e, principalmente, os fanáticos por Artes Marciais (a propósito, me encaixo nos dois) não comentam outra coisa nos últimos dias a não ser a luta entre Anderson “Aranha” Silva e Victor Belfort. Para os desavisados ou desinteressados no assunto, foi uma luta entre dois dos maiores campeões do UFC e um embate entre dois brasileiros dos mais esperados em todos os tempos.

A luta em si, apesar de ter um monte de gente dizendo o contrário, foi redonda: dois oponentes de altíssima qualidade se estudaram por mais de dois minutos, sem nenhum golpe que comprometesse, até que tomaram iniciativa e, em menos de um minuto, um chute frontal na cara do Belfort definiu a luta. Isso mesmo! Depois de alguns minutos de enrolação (como os leigos chamam essa preliminar), a luta acabou de forma rápida e precisa.

Após o anúncio do campeão, começam as entrevistas e uma das mais esperadas era com Steven Seagal, que treinou Anderson Silva antes da luta. Com todo respeito a Seagal Sensei (sim, o cara coleciona dans em algumas artes marciais), eu não esperaria outra atitude dele na entrevista. Para quem não assistiu, ele literalmente capitalizou com a vitória do Aranha (leia a reportagem). Segundo o ator/mestre/ex-agente da CIA/monge budista, o chute que nocauteou Victor Belfort foi desenvolvido e aperfeiçoado por ele nos últimos 30 anos.

Depois dessa entrevista, muitos praticantes de Artes Marciais e estudiosos do assunto se revoltaram e começou uma enxurrada de emails, posts e tweets em defesa da verdade absoluta. Um grande amigo meu, praticante de Karate, garante que é um Mae-geri. Outro, do Hapki Do, diz que é Ap Tchagui. Um monte de praticantes de Muay Thai diz que é um chute clássico da luta. Mas, vou te falar que até no Judô temos esse chute (dentro da disciplina de Atemi-waza).

E onde eu quero chegar com essa ladainha toda sobre luta? Num ponto que vive assombrando a Publicidade: o plágio.

É claro que nenhuma das lutas citadas acima, em momento algum acusam umas às outras de plágio. Apenas defendem a paternidade do chute ou dizem que o Seagal adaptou um chute tradicional. Bom, na minha modesta opinião, Silva deu um chute que qualquer peladeiro sabe dar, mas que foi eficiente, ah, isso foi! O problema é que nas artes marciais, o chute frontal é praticamente que onipresente em todos os estilos. Por isso, não dá para dizer que os japoneses plagiaram os tailandeses, que por sua vez imitaram os chineses que copiaram a ideia de um manuscrito coreano antigo. Infelizmente, na Publicidade não é bem assim…

Por exemplo, a ilustração abaixo lembra que campanha?

Ponto pra quem lembrou da campanha da Suzuki (“Quem entra, compra”), feita pela Africa:

É claro que a agência negou o plágio. Mas, vale a pena dar uma olhadinha no trabalho do Mico Toledo (ex-Leo Burnett Lisboa).

Há outros casos (muitos outros na verdade) de outras agências. Pequenas, médias ou grandes, não importa o tamanho sempre tem alguma para comprovar o infame ditado que muitos professores meus (principalmente de Sociologia, Filosofia e Psicologia) repetiam: “em Publicidade, nada se cria, tudo se copia”. Eu sempre tive ódio disso e cheguei a me estranhar com um deles mas, infelizmente, começo a achar que alguns deles tinham razão.

É fato que muito do que a gente vê por aí é fruto de muita pesquisa e inspiração em referências. O problema começa quando a referência é literalmente chupada e estampada na criação. Assim não dá! Não é um chute, nem um acorde de música clássica de domínio público!

Outra campanha que me incomodou bastante, já mencionada aqui, é a última do Bradesco. Certo… eu falei sobre a porcaria do jingle, mas a campanha continua me incomodando, principalmente com aquela história dos dedos dos atores desenhando no ar o logo do Bradesco (igualzinho à ação nos filmes do Itaú). E não tem Cristo que me tire da cabeça que não foi proposital!

A Africa e a Young & Rubicam são grandes agências, mas não estão livres desses deslizes, assim como as outras. Mas que isso não se torne uma constante. Infelizmente, os Diretores de Criação não têm o mesmo saco que os professores das faculdades de ficar procurando de onde vieram as brilhantes (por vezes, suspeitas) ideias dos trabalhos de seus alunos. Aliás, para quem não sabe, a fraude acadêmica, nos últimos anos, se tornou uma grande e lucrativa indústria. E já não é de hoje.

Nunca vou me esquecer de um caso, na minha época de graduação, quando uma grande agência fez um processo seletivo para estagiários de Criação. Da minha turma (composta de 4 salas com quarenta e poucos alunos cada), um pouco menos que a metade ficou interessada. Me lembro nitidamente: era preciso desenvolver uma peça para revista com o tema “ecologia”. Eu já trabalhava numa pequena agência, mas não queria perder aquela oportunidade de estagiar numa grande, por isso, fiz o meu melhor. Após algumas semanas, saiu o resultado e, surpreendentemente, levou uma das vagas um colega nosso que não sabia a diferença entre layout e rough, muito menos era bom de Criação. Mas levou. Foi uma festa na faculdade.

Meses depois, o estágio acabou, bem antes do previsto. Segundo o nosso colega, o Diretor de Arte não ia com a cara dele, por isso fez de tudo para queimá-lo. Mas a verdade não tardou a surgir: um outro colega nosso, que já era da Criação de uma grande agência, fez o trabalho para o amigo, para dar uma forcinha na sua carreira. Vira e mexe, eu encontro com o meu ex-colega embusteiro. Ele trabalha numa grande empresa, num departamento qualquer, sabe-se lá como.

A pergunta que fica é: vale a pena trapacear? Bom, pelo jeito, no caso do rapaz acima, infelizmente sim. Ele muito provavelmente usou o nome da grande agência em seu currículo para cavar vagas em outras grandes empresas e se está conseguindo se manter, é porque deve ter aprendido algo com tudo isso, nem que seja a fazer as coisas por si mesmo. No caso das campanhas “inspiradas” nas outras ou em conceitos, rola uma polêmica, o meio publicitário se inflama, mas o restante da população não dá bola, a campanha faz sucesso e, principalmente, faz o seu trabalho: vender.

E no caso do Anderson Silva? Bom, pra começar, não foi plágio, muito menos trapaça. Silva é um excelente lutador e fez uma luta correta, limpa. Se o chute dele foi aprendido com o Steven Seagal, no Muay Thai ou jogando uma pelada com os amigos aos domingos, não importa. Essa paternidade desconhecida do chute teve o mesmo efeito positivo que nos infames casos de plágio e trapaça contados acima: resultou em sucesso.

Mas só em um dos casos a ética não foi chutada.

Babaquices corporativas

Publicado: 18/01/2011 em NOTÍCIAS POPULARES

Hoje eu estava almoçando com a Kátia num restaurante na região da Berrini. O que mais tem em restaurante nessa área na hora do almoço é gente que trabalha nos escritórios da região.

Aí, inevitavelmente, a gente começa a ouvir as conversas das outras mesas (restaurante apertadinho, fazer o que?!) e acaba ouvindo um cancioneiro enorme de idiotices corporativas.

O cara da minha frente (parecia que estava tentando impressionar a moça com quem almoçava) soltou a seguinte pérola: “Eu não consigo me manter por muito tempo numa zona de conforto. Aliás, eu fujo da zona de conforto. Eu sou assim, arrojado…”

Tá aí uma coisa, juntamente com aquela excrescência do “copo meio vazio/ meio cheio”, que me irrita nessas coisas de PNL, leader-team e outros embustes de auto-ajuda corporativa. Se eu sou um empresário e ouço do candidato à uma vaga na minha empresa a frase sobre fugir de uma zona de conforto, descarto o sujeito na hora. Isso é praticamente que ir contra a natureza de qualquer ser vivo que tenha o mínimo de instinto de sobrevivência. Eu, Lelo, um ser humano (é verdade, juro), vou sempre procurar lutar pela minha sobrevivência, o que implica, inclusive, a procura de um lugar em que me sinta seguro, protegido. Estar protegido significa que minhas chances de sobrevivência são infinitamente maiores do que se eu estivesse exposto. Se estou protegido, me sinto seguro, consequentemente, me sentirei confortável. A tal “zona de conforto” que o beócio à minha frente disse evitar por ser arrojado.

Na minha terra, ele ganha um carimbo de suicida e com certeza, não o quero em minha empresa para afundá-la juntamente com seus delírios sobre arrojo.

Coincidentemente, ao ir para o trabalho hoje, ouvia ao Salomão Schwartzman narrando sua crônica sobre um caso corporativo interessantíssimo. Um presidente de empresa, numa reunião de diretoria, brada que ninguém é insubstituível. No meio do silêncio da platéia amedrontada, um diretor levanta a mão e pergunta: “E Beethoven? Também não é insubstituível? E Einstein? E Muhamad Ali?”

Pois é. O velho Salomão em poucos minutos sapateou em cima de um dos paradigmas corporativos mais cretinos dos últimos tempos. A justificativa dele foi feita em cima de outro paradigma: o tal do “busca-se talentos”. Que RH insano faria um processo seletivo para contratar para as fileiras de sua empresa um cara meia-boca, average, burro ou sem talento? É uma das coisas mais cretinas do mundo dizer isso num texto de processo seletivo. E daí? Contrata-se o “talento”, que fica uns dois anos na empresa e vai para outra empresa, sem um pio da direção. O que se faz? Procura-se outro “talento”. Bah! Duvido que o novo “talento” vai arrepiar como o anterior. Mas, pra quê tentar segurar o cara, né!?

Isso para não falar da porcaria do copo meio-cheio-meio-vazio…

 

Finalmente assisti ao Operação Valquíria! De fato, um pusta filme e que me deixou com uma vontade de ler os livros sobre o episódio que inspiraram o filme.

Bom, não vou me extender a respeito dos detalhes do filme, nem sobre a sua sinopse. Se quiserem algo do gênero, leiam Letters From Louis (aliás, L.E., por que não rolou uma crítica sobre esse filme?). Vou falar sobre uma reflexão que fiz a respeito do porquê a última operação para matar Hitler deu errado.

A princípio, o plano parecia infalível: o texto do plano Valquíria (que acionava a reserva do Exército no caso de algum problema) recebe algumas algumas alterações, legitimando os conspiradores como governantes interinos e com plenos poderes; elementos-chave para o assassinato são recrutados nos círculos mais próximos ao führer (ou plantados ali); a bomba é plantada no lugar exato e explode na hora certa; as comunicações da Toca do Lobo (local mais seguro para refúgio de Hitler e onde seria executado o plano) com o restante do mundo, são imediatamente cortadas ao se ouvir a explosão; Tom Cruise foge e Valquíria é colocada em prática, já que o comandante supremo estava morto e a SS “estaria tentando tomar o poder”.

A partir daí, tudo se desenrola perfeitamente, até que duas mensagens conflitantes chegam no centro de telégrafos do Reich: uma pedindo a prisão de Goebells, outra pedindo a prisão daqueles que, supostamente, estavam colocando a casa em ordem. E é nesse momento que tudo começa a dar errado: Goebbels fala diretamente com Hitler (wtf!!), as rádios passam a anunciar o golpe e dizer que Hitler está vivo, os rebeldes são presos e executados e fim da bagunça.

Quais foram os erros? Bom, pra começar, a bomba só arranhou Hitler, que saiu imediatamente do local da explosão; as comunicações da Toca do Lobo foram reestabelecidas a tempo de desmentirem os rebeldes; mensagens conflitantes passaram a chegar no centro de telégrafos, tanto da Toca do Lobo, quanto do Governo Interino; o mesmo centro decidiu retransmitir apenas as mensagens que chegavam de onde o führer estava.

Mas, na minha modesta opinião, a grande cagada foi não ter CONTROLADO a Comunicação. Os insurgentes estavam tão preocupados com detalhes bélicos, alianças, legislação e com apenas cortar a comunicação da Toca do Lobo, que esqueceram de um fator-chave para o golpe dar certo: a Alemanha nazista se fez pela Propaganda!

O episódio da central de telégrafos é a maior prova disso, ao lado do fato de terem deixado para prender Goebbels muito tempo depois:

– A central de telégrafos era a grande fonte de informações, inclusive para Propaganda. Apenas isolar a Toca do Lobo não era o suficiente. Hitler não tinha morrido, então, a primeira coisa que faria era abrir as portas do canil e soltar todos os rotweillers para colocar as coisas em ordem, inclusive “a porra deste telefone que está mudo, scheiße!!” O ideal não era ter apenas um homem de confiança nas comunicações da Toca, mas um também na central de telégrafos, que filtraria as mensagens de acordo com os propósitos da insurreição. Deixar as pessoas daquele setor no escuro favoreceu a confusão que, logicamente, seria dissipada com a volta do líder.

– O controle dos meios de comunicação era crucial também. Se as rádios tivesse sido invadidas pelos insurgentes, ou se os responsáveis tivessem sido cooptados antes, somente as notícias “oficiais” seriam veiculadas.

– Sabendo que Goebbels era o terceiro homem do Reich, mas o mais influente, ele deveria ser o primeiro a ser encarcerado. É sabido que o Ministro da Propaganda era um homem muito influente e bastante persuasivo (pudera…). Esquecê-lo foi de um amadorismo cartesiano sem tamanho.

Enfim, controlar a Comunicação como um todo era a chave para o sucesso, mesmo com a bomba tendo falhado. Mesmo com o homem vivo, nada como um bombardeio marcado para o local para resolver a coisa. “Insurgentes tomaram a Toca do Lobo e não houve reféns…” Simples assim. Mas, como sempre, a Comunicação é deixada para segundo plano.

Assim, termino meu texto com mais um exemplo da importância de se fazer uma boa Comunicação, além de alertar para as atuais tentativas de controle das comunicações pelo último governo. Com certeza, se levarem em consideração os lapsos retratados no filme, nesse novo governo a cavalgada das Valquírias está mais que garantida.

O que tá acontecendo com a Publicidade?

Tenho feito essa pergunta há alguns meses e ainda não consegui uma resposta satisfatória. Tenho cá minhas desconfianças, mas tudo com base em provas circunstanciais.

Minha bronca dessa semana é com os jingles. Bom, pra falar a verdade, já estou com os jingles atuais me incomodando há alguns meses, principalmente porque passo um tempo razoável no trânsito e, consequentemente, ouço muito rádio (quando não me encho e ponho meus mp3s nas caixas).

O do Bradesco, por exemplo, é uma das piores coisa que já ouvi em toda a minha vida, na categoria jingles. Texto bem pobre, recheado daqueles recursos literários que aprendemos na escola e que nos dão arrepios até hoje só de lembrar suas aplicações. Aliás, tais malabarismos que recheiam as canções de monstros (no mais pejorativo dos sentidos) da MPB, como Ivan Lins, Guilherme Arantes e outros lixos novos, como Maria Gadu. E MPB é a pegada da melodia do jingle do Bradesco:

Outro jingle que me incomoda bicas (como diz meu colega Louis Vidovix, do Letters from Louis), é o do restaurante Praça São Lourenço (onde, por coincidência, almoçarei amanhã). Infelizmente, não achei uma amostra dessa pérola da excrescência publicitária, mas é fartamente veiculado na Bandnews FM. Começa pela letra cheia de rimas pobres, usando termos tão rebuscados que fica cafona. E pra encerrar com chave de ouro, o cantor abusa dos trinados (aqueles tremiliques que as velhinhas de coral adoram fazer nas sílabas mais longas da música).

E, por fim, o jingle mais bizarro dessa nova safra é o da Santil (“Vamos aprender o jingle da Santil? É assim: 3998-…”). Admito que cumpriu o seu papel, pois nem preciso procurar pelo telefone da empresa em lugar nenhum, já que ele ficou grudado no meu córtex cerebral, mas ainda assim é muito ruim! Infelizmente (ou graças a Deus), não achei uma reprodução dessa maravilha.

Aí, me pego pensando: será que eu tou ficando crítico demais? Ou a Publicidade tá abrindo as pernas para o mau gosto dos clientes numa frequência maior?

Ou pior: será que aqueles alunos que eu e meus colegas docentes sentenciamos que o “mercado cuidaria deles” estão colocando à prova as teorias de Darwin?

Mathias feelings

Publicado: 20/12/2010 em EDUCACIONAL
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Eu estava um pouco afastado do Kick nos últimos dias. Final de semestre para professores é um inferno, principalmente para aqueles que dão aulas em mais de uma faculdade. Na verdade, é uma realidade para quase que 80% dos docentes no território nacional.

E esse fato me leva a escrever um post que eu estava me esforçando para não escrever, mas que meu pavio curto me impele a soltá-lo (o que, tenho certeza, vai me custar caro).

Semana passada era uma semana crítica para os professores da maioria das faculdades do Brasil. Para quem não sabe, é quando, por acordo sindical, são demitidos aqueles docentes que não são mais necessários à Instituição de Ensino Superior (IES), ou que por um motivo ou outro, não são mais desejados por ela.

Enfim,  dois colegas meus (e grandes amigos) foram dispensados na última quinta-feira. E não estou puto só porque são meus amigos. Já há uns 5 anos, eu e os professores do Curso de Publicidade e Propaganda da IES em questão, juntamente com o Coordenador Geral da Área de Comunicação (que foi pego de calças curtas nessa também), temos lutado para montar um curso de qualidade, que faça com que os egressos saiam com o conhecimento mínimo para bater de frente com o egresso de qualquer outra IES de ponta. Todos os professores do curso levam a sério a missão e exigem de seus alunos nada menos que o melhor, apesar dos protestos e choradeira daqueles que, infelizmente, não têm condições de acompanhar o conteúdo (ou por deficiência na formação básica ou porque simplesmente não servem para serem Publicitários).

E esses meus dois amigos/colegas eram, no curso, dois dos meus quatro maiores parceiros, dentro e fora das salas de aula. São duas pessoas que nunca fugiram de seus compromissos, muito menos dos desafios que lhes eram lançados, muitas vezes fazendo além do que lhes era pedido. E para a IES não foi o suficiente. São dois professores de áreas extremamente técnicas e, respectivamente, são grandes feras nessas áreas. Um deles tem a sua própria agência, o outro trabalha para um dos maiores grupos de Comunicação do mundo. Mas para a IES não é o suficiente.

Aí, vocês me perguntam: e o que é que pegou para eles? Titulação. Pois é. Eles podem ser os fodas em suas especializações, mas não têm uma pós-graduação.

Bom, é fato que eu realmente ache (e defenda) que o cara para ser docente TEM que ter pelo menos uma pós-graduação. Eu mesmo, só consegui ingressar na docência após concluir meu MBA. Mas, eles, por sua excelência em suas funções e larga experiência, puderam ser contratados para ministrar as tais disciplinas técnicas ao quadrado. Mas, de repente, sem o menor aviso, foram dispensados.

Qualquer empresa, com profissionais de ponta como esses, daria a chance a eles para se adaptarem à nova postura em relação aos seus funcionários. Já vi isso acontecer! Chamam o camarada e dão a real a ele: “Olha, Fulano, você é um profissional da nossa maior confiança. Porém, as novas regras da empresa exigem que tenhamos funcionários com aderência à função. Assim, pedimos que você se matricule num curso/pós-graduação em no máximo seis meses.” Já aconteceu comigo!

Mas no caso deles, nem esse tiro de advertência foi dado.

Enfim, o curso agora ficou mais do que desfalcado. Eu e os outros professores não teremos como assumir as disciplinas deles. Na área, NENHUM outro professor tem as competências necessárias para tal, quanto mais nos outros cursos das outras áreas. E assim, o Curso que a gente demorou anos para colocá-lo em um nível de excelência acima da média das demais “unis da vida” vai definhando.

Mas, eu prometo: enquanto eu estiver lá, não deixo a peteca cair.

Pelos meus dois amigos.

Já faz um tempo que as criações da Young & Rubicam têm perdido aquele brilho das antigas.

Elas chegam ao leitor/telespectador/ouvinte/etc cada vez mais herméticas, com algum tipo de mensagem implícita que só algumas pessoas poderão entender. Parece que as campanhas são feitas com base em inner jokes, daquelas que todo mundo na Agência ri e acha um absurdo que o resto da humanidade não entenda.

Como por exemplo, essa para Activia, mandada pelo Prof. André Rodrigues:

Legal! O cara confundiu frango com peixe, ofendeu a dona da casa e o namorado dela foi buscar a sobremesa. Gancho pra falar do Activia.

O que???

Como o André levantou, deve ser porque, se você falar merda, tome Activia. Sacou? Merda, Activia, que ajuda a fazer cocô… Hein? Hein?

Pra não falar daquela do novo Fiesta (também lembrada pelo André) em que o cara é produtor musical, por isso ele gosta de aeromodelismo, ou o outro que é dermatologista, por isso ama cinema. Acho que é da JWT, se não me engano…

O que tá acontecendo com a Publicidade?

Como assim? Musica do Coelhinho da Páscoa no comercial de Natal d’O Boticário:

O que é que tá acontecendo na Publicidade?

Faz uns três dias, estava discutindo a regulamentação das profissões com minha esposa e um casal de conhecidos. Só para situar o leitor no contexto, minha esposa é dentista e o casal era formado por uma advogada e um publicitário.

Tudo começou quando falávamos sobre a formação dos profissionais atualmente. A conclusão era que o ensino de base está cada vez pior (#fato) já há uns bons anos, o que fez com que poucos tivessem acesso ao ensino superior. Consequentemente, o Governo, pressionado pela sociedade civil, resolveu mexer nessa situação e facilitar a entrada de todos na Graduação em vez de, claro, tentar consertar a situação do ensino de base (“Aaah… Dá muito mais trabalho e precisamos de uma solução imediata e que acalme a população”).

Como nem todos tinham condições de pagar a altas mensalidades das particulares (já que as públicas são mais difíceis de entrar, mas… noutra hora falo sobre isso), algumas faculdades optaram por reduzirem suas mensalidades para atender a essa nova demanda. Mensalidades mais baixas significam menos dinheiro entrando no caixa, o que dá à mantenedora da Instituição de Ensino Superior (IES) duas opções: aumentar o número de vagas por processo seletivo, criando salas com mais de cem alunos; ou reduzir drasticamente seus custos. Tanto uma solução, como outra, são extremamente prejudiciais à formação do discente de Graduação.

Infelizmente, há dez anos, quando todo esse processo no ensino superior começou, ninguém previu isso (mesmo quando o maldito Murphy gritava de seu caixão). Apenas nos dias atuais é que podemos constatar (e viver) os resultados dessa enorme lambança.

Salas muito cheias significam salas mais difíceis de se ensinar. Os alunos se dispersam com muito mais facilidade e em maior quantidade. Em resumo, ou o professor se estressa, tentando sobrepor a sua voz e ensinamentos à bagunça, ou ele simplesmente desencana e dá uma aula meia-boca. No primeiro caso, o professor sempre pede demissão.

Se a mantenedora de uma IES com mensalidade popular não consegue encher uma sala com mais de 40 alunos, só lhe resta diminuir as despesas. Água, luz e impostos em geral continuam sendo cobrados periodicamente, sem choradeira. Onde reduzir os custos? No material humano. Horas-aula cada vez mais baixas têm sido pagas aos docentes nessas instituições. Alguns até conseguem aguentar, mas, com o tempo, procuram outras IES para dar aulas ou atividades profissionais paralelas. Pode não parecer, mas isso acaba gerando um altíssimo turnover, já que o docente procurará quem paga melhor (e possivelmente, dará prioridade a esse). Isso tudo resulta em diferentes professores dando a mesma disciplina a uma turma no mesmo semestre, professores que aceitam ministrar uma disciplina que não é sua e outras atrocidades que vemos nas salas de aula.

Enfim, voltando ao assunto do início deste post, após contar isso tudo ao casal de conhecidos, todos na mesa (menos minha esposa que conhece a situação de perto) ficaram chocados. Assim, concluí que TODAS as profissões deveriam ser controladas e normatizadas, principalmente aquelas que exigem uma formação superior. O casal e minha esposa concordaram, mas com uma ressalva: nem todas as profissões precisam disso.

De acordo com eles (sim, todos estavam em uníssono tecendo o raciocínio, menos eu, claro!), profissões como medicina, odontologia, farmácia, enfermagem e as demais da área de Biológicas, tinham mesmo que ser regulamentadas, devido à sua importância e ao fato de lidarem com a vida. Um erro qualquer e a vida seria prejudicada. Na hora, me veio a imagem de um quadro na sala de espera de um médico da minha adolescência, em que uma pessoa comum desfalecida era disputada por um esqueleto (representando a morte) e um garboso médico, todo paramentado, de jaleco, máscara e touca (e se não me engano, com o estetoscópio pendurado nos ombros).

Aí, eu perguntei se só as profissões das Biológicas eram tão importantes assim, a ponto de as outras poderem absorver qualquer incauto. A advogada saiu em defesa da classe. O exame da OAB é essencial, pois filtra aqueles que poderão lidar com a justiça, por terem sido bem preparados na academia, daqueles que só colaram na faculdade e jamais poderiam ter em suas mãos a vida de um cliente, que poderia ser preso, perder dinheiro, bens ou a guarda de um filho. Sim, uma gigantesca responsabilidade! Eu mesmo tenho muito a agradecer aos bacharéis em direito, sejam os advogados com OAB, sejam os juízes que foram justos ou os policiais (delegados, no caso) que cumpriram seu dever. (Na hora me veio à cabeça a imagem de um quadro com um advogado gritando, enquanto ampara um cliente desfalecido, com outro advogado. Entre eles, um juíz, garbosamente paramentado, apartando a briga, segurando seu indefectível martelo.)

No decorrer da conversa, lembramos de outras profissões, como Engenheiros, Arquitetos, Administradores, Jornalistas e, pasmem, Professores. Aí, como eu não poderia deixar quieto (e contava com a nobre presença de um irmão de profissão à messa), perguntei: “E os Publicitários? Não precisam de uma regulamentação?”

Claro que todo mundo deu risada. Até o colega de profissão (que depois descobri ser dono de uma Agência, o que explicou tudo). Começou, então o despejo de argumentos do tipo “se o publicitário errar, não mata ninguém, não acaba com uma vida”. Foi aí que eu trouxe a conversa para onde eu queria e que resultou neste post (finalmente, né, porra!).

Vou tentar reproduzir aqui o meu discurso. Tentar, pois já estava com umas duas ou 10 taças de vinho na cabeça.

De fato, nós publicitários não temos o mesmo “poder” de vida ou morte que os valorosos médicos ou o conhecimento necessário do bacharel em Direito para se fazer justiça. Mas, a cada ano, surgem mais e mais pessoas que nos acusam de sermos manipuladores, mentirosos e perigosamente sedutores (ui!). Ou seja, indiretamente, a sociedade como um todo considera a Publicidade (e os responsáveis por ela) um assunto importante e que merece atenção. Quantas campanhas são veiculadas diariamente? Quantas delas realmente cumprem o sua função, que é o de vender uma idéia, imagem, produto, serviço ou empresa? Quantas delas simplesmente fazem o contrário? Pois é. As que não fazem seu trabalho, muitas vezes acabam com o produto, queimam um serviço, sujam a imagem de uma empresa, colocando em risco o emprego de muita gente (inclusive o do Publicitário).

Raciocinem comigo: uma campanha mal executada, para começar, significa dinheiro do cliente jogado fora. Sim! Campanhas são investimento (dinheiro) e investimento significa “estou colocando dinheiro nesse negócio esperando ter algum retorno financeiro futuro”. Se a empresa investiu uma certa soma em Comunicação, ela espera que essa Comunicação a ajude a vender mais e melhor seus produtos ou serviços, por exemplo. Os milhares (ou milhões) investidos, se a Campanha não funcionar, não retornam à empresa, muito menos com lucro. O que significa, no português claro, dinheiro perdido. Por sua vez, dinheiro perdido para a empresa significa “perdi toda a grana economizada”ou, pior, “como vou fazer pra pagar aquele empréstimo?”

Não é preciso ser nenhum Matemático ou Economista para entender o que isso significa para a saúde financeira da empresa. Em suma, a situação aperta, a empresa tem que cortar gastos, demite-se empregados, que por sua vez passam a economizar (ou deixar de gastar); menos dinheiro passa a circular no mercado; outras empresas passam a sofrer com a perda (ou a não entrada) de dinheiro e têm que demitir seus funcionários e cortar gastos… Um ciclo vicioso. Isso porque eu só resumi meu raciocínio.

Viram o que uma simples campanha mal feita pode causar?

Agora, vamos elevar a potência dessa suposta megalomania publicitária. Imaginem um Publicitário incompetente num mundo em que não exista um órgão regulamentador da Publicidade e Propaganda, como o Conar. Ou pior: digamos que tal Publicitário seja extremamente competente, mas sem nenhum escrúpulo (nem mãe). A indústria do tabaco, neste mundo fictício, deseja atingir camadas mais jovens e suscetíveis ao hábito do fumo e contrata esse Publicitário. Se a Campanha dá certo, imaginem o crescimento de casos de câncer, enfisema pulmonar, aneurisma, impotência etc. Imaginem quantos pais passariam a arrancar os cabelos preocupados com o aumento do gasto com cigarros de seus filhos.

Parece piada, mas não é. Uma coisa que faço questão de frisar a todos os meus alunos é a importância da profissão para a qual eles estão estudando. Sempre peço para que eles ajam a vida toda com ética e responsabilidade com todo o conhecimento adquirido na academia.

Mas, como nós Professores não temos controle sobre os egressos, defendo, sim, uma regulamentação das profissões. De todas, inclusive da nossa e da de Publicitário. Não uma regulamentação feita nos moldes frankfurtianos (blargh!), nem com Veterinários da Anvisa achando que entendem de Semiótica. É preciso separar o joio do trigo.

É preciso mudar tudo, desde a formação básica das crianças, moldando cidadãos éticos e responsáveis, mas sem essa merda de febre politicamente correta. A seguir, voltarmos ao modelo de ensino na Graduação da old school e por aí vai. Mais Mestres e Doutores na lida! Mais pesquisadores e mais estímulos a esses! Pasmem, ouvi noutro dia um beócio defendendo a não obrigatoriedade do Mestrado e Doutorado na docência e o fim do Professor de carreira.

Concluindo, se querem regulamentar algo, que comecem pelo profissional responsável pelos profissionais: o Professor.

Comercial do Path

Publicado: 17/11/2010 em PUBLICIDADE, SOCIAL MEDIA
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Olha só! Já tem o comercial para o Path:

Estava dando uma sapeada no Mashable e uma das notas me chamou a atenção: “With a 50 Friends Limit, Path Is the Opposite of Twitter“. Traduzindo (ainda tenho leitores que não entenderam a importância de aprender inglês): “Com um limite de 50 amigos, Path é o oposto do Twitter”.

Essa nova rede social, pelo que o post da Mashable diz, não tem nada de limitada, a não ser o número de seguidores por membro. A escolha desse número não se deu ao acaso. De acordo com as teorias de Robin Dunbar, Professor de Psicologia Evolucionária em Oxford, cada ser humano só pode lidar com, no máximo, 150 relações sociais. Bom, o Professor disse 150, não 50. O que o blog do Path (assim como seu perfil no Twitter) justifica é que 50 é um número suficiente, que comporta seus familiares e amigos mais próximos, o que resultaria em posts mais honestos e descompromissados, por saber exatamente quem os está lendo.

 

Aí vocês me perguntam: será que mais uma rede social, com essas características, digamos, muito diferentes, vai colar? Eu aposto que sim. Por trás do projeto estão pessoas de alto calibre das social medias, como Dave Morin (ex-gerente de plataforma do Facebook) e Shawn Fanning (co-fundador do Napster).

Eu mandei um email pros caras pedindo um “convite” para saber como é, mas acho que não vai rolar. O jeito é esperar alguém que conhece alguém ser convidado e me convidar também. E, claro, rezar para que esse alguém me considere um de seus 50 melhores amigos…

Vale a pena dar uma conferidinha.

Outro dia, minha esposa me contou que alguém perguntou se eu estava desempregado, pois eu estava em todas as redes sociais, postando, comentando e lendo.

Confesso que esse meu hábito de trabalhar e ficar online com o mundo através das redes sociais me tira algumas horas de sono. Sim, eu trabalho, estudo (Mestrado), fico com a minha família e amigos, navego pelas redes sociais das quais faço parte e ainda durmo um pouco.

O mais engraçado é que, há alguns anos eu me sentiria ofendido com essa pergunta. Mas quem é da área de Comunicação ou de Marketing sabe que, atualmente, rede social já não é mais sinônimo de vagabundagem. Claro, ninguém é de ferro e, vez ou outra a gente posta algumas bobagens na rede ou tira uns minutos para dar boas risadas. O legal das redes sociais é isso: entretenimento e trabalho num mesmo lugar, em muitos lugares, sem sair do lugar.

E as empresas já sacaram isso. Pelo menos algumas que, além de estarem presentes ativamente nas redes, não bloqueiam o seu uso pelos funcionários. Um bom retrato disso é o infográfico que a Mashable lançou ontem:

 

Alguns dados são muito interessantes, como o fato de as empresas B2B estarem mais presentes nas redes sociais qua as B2C, porém não são tão ativas como essas últimas.

Bom, se isso ainda não convenceu, leia a matéria completa em mashable.com. Melhor: leia todas as matérias disponíveis no site e releia um post antigo do Kickmarketing que já falava sobre isso.

Fonte: Blue Bus

Novo filme para Trident Whitening, da JWT de Porto Rico.

Nem vou comentar muito para não estragar a surpresa (imprescindível manjar um mínimo de inglês, infelizmente…):

Ontem mesmo, durante a minha aula, falei sobre a eterna luta entre Coca e Pepsi travada em seus comerciais.

A Pepsi, principalmente, sempre abusou do bom-humor e criatividade em suas campanhas quando o assunto é comparar.

E não foi diferente nesse último filme (com participação especial de Snoop Doggy Dog):

Fonte: Blue Bus

Parece incrível, mas imaginem ter que se fazer um comercial que ensinaria como usar o telefone.

Pois é. Quando surgiu, a invenção de A. Graham Bell ainda era um bicho de sete cabeças e usá-lo requeria curso ministrado pela NASA. Brincadeiras à parte, fico imaginando a dificuldade do povo na época, inclusive de entender o conceito de que, por aquele objeto estranho, que você encaixava um de seus lados no ouvido e o outro apontava para a boca, você conseguiria falar com sua mãe na costa oeste, mesmo você estando na costa leste.

O mais interessante foi a personagem escolhida para ilustrar as explicações: uma criança. Já naquela época, eles tinha a preocupação de passar uma mensagem agradável e bem humorada. Se uma criança consegue, qualquer um consegue.

Detalhes como as demonstrações dos sons de chamando e ocupado são impagáveis. Confira abaixo:

 

Fonte: Blue Bus (mas postado no UOL bem antes, em abril de 2010)

Por que os novos consoles de videogame fazem mais sucesso com os marmanjos com mais de 25 anos do que com as crianças? Talvez porque muitos de nós que fazemos parte desse universo nunca tenhamos crescido, a não ser em estatura.

Não é o máximo!?

A Del Campo, da Argentina (aaaargh!), sacou isso e criou para a Sony, mais especificamente para o Playstation 3, um comercial que mostra um bebê no corpo de um adulto, passando por situações de adulto, mas sob a ótica e interpretações de um bebê. Divertidíssimo, principalmente se nos tocarmos que, quando jogamos videogame, ficamos exatamente desse jeito.

A montagem é perfeita, assim como a edição e o roteiro. Infelizmente, o filme ainda não está disponível no Youtube (o que poderíamos esperar dos argentinos, não!?).

Mas, está lá no http://creativity-online.com/.

Realmente, quando eu acho que eu conseguirei me tornar um ser-humano melhor, menos ácido e mais compreensivo, vem alguém e liberta o meu monstrinho interior.

Estava no Facebook, dando uma conferidinha no meu wallpost, quando me deparei com uma mensagem da escolinha da minha filha para que eu visitasse o blog de uma das colaboradoras da instituição. E, claro, como estou tentando ser um ser-humano melhor, fui lá prestigiar o blog. Não entrarei em muitos detalhes, pois a história está apenas começando, mas é um blog de uma jornalista e professora, cujo mote é discutir educação. Os posts mais recentes são bastante sérios e bacanas, como um sobre a educação de crianças com deficiência. Começou ganhando o meu profundo respeito.

Mas, se existem pontos que devem ser tratados comigo com certa delicadeza para não me tirarem do sério, eles são cinco: Deus, família, Exército, Artes Marciais e Publicidade. Se não é pelo amor que sinto por eles, é pelo conhecimento que tenho sobre eles, ou os dois juntos. Enfim, num dos posts, a colega tocou numa ferida aberta que eu teimo em expor: a briga entre Anvisa e a Publicidade.

Em resumo, a colega resolveu noticiar o fato de um grupo de juristas defenderem a competência da Anvisa no controle da Publicidade de alimentos (a infame Resolução n° 24/2010, acertadamente suspensa). Não posso dizer se a ela concorda ou não com a nota pois, como uma boa jornalista, manteve a imparcialidade (mais pontos no meu conceito). Mas a história mexe comigo, contada de maneira imparcial ou não. E, claro, eu tinha que deixar a minha palavra, minha opinião. Ao clicar nos comentários, vi que alguém já havia falado e fui conferir. Era um advogado e professor de Direito Constitucional, que expressava a sua concordância com os nobres colegas, blá-blá-blá…

“Porra!”, pensei eu. No texto do blog, a jornalista cita os artigos constitucionais que fundamentam o texto dos juristas. O que mais me chamou a atenção foi o seguinte:

“Os juristas citam o § 3°, artigo 220 da Constituição Federal: ‘A propaganda comercial de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde estará sujeita a restrições pelos meios que a lei federal estabelecer, que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem dela’.”

Ou seja, restringir a comunicação do produto prejudicial à saúde pode, mas proibir a fabricação e comercialização dos mesmos, nem a pau! Não é uma maravilha? O cigarro, por exemplo: há quanto tempo está proibida qualquer tipo de comunicação nos veículos a respeito de produtos que tenham tabaco na sua composição? Há bastante tempo, não!? E há quanto tempo está proibida sua produção e comercialização? “Hahahaha! Hohohohohoh!”, respondem os executivos da Philip Morris e da Souza Cruz. Isso mesmo! Nunca nem restringiram nada de nada.

“Ah!”, você me responderá, “Mas é proibido vender cigarro a menores!”. E eu respondo: que atire a primeira pedra aquele que nunca viu um menor de idade fumando um cigarrinho com os amiguinhos do colégio.

Na boa? Eu trabalharia sem remorso nenhum para os departamentos de Comunicação de qualquer uma das duas empresas de tabaco acima citadas, nem teria problema nenhum em fazer campanhas lá fora para elas através de uma Agência, pois eu não estaria trabalhando para nenhum segmento ilícito nem para o crime organizado.

Que me desculpem os nobres e valorosos (e quando digo isso, não há nenhuma ironia, juro!) advogados mas, cada macaco no seu galho! A competência da Anvisa é “promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados.”, de acordo com o próprio site do órgão.

E que me perdoem os juristas (que com certeza cairão matando neste que vos escreve, usando de todo o juridiquês disponível), mas se ainda temos cigarro, remédio controlado, comida estragada ou nada saudável e bebida alcoólica sendo vendidos A QUALQUER CIDADÃO, DE QUALQUER IDADE, a Anvisa não está fazendo o seu trabalho. Está prevaricando!

E, na boa? Ao tentar controlar a Comunicação, além de promover a censura (é sim, basta olhar o conceito), a Anvisa está pura e simplesmente tentando tapar o sol com a peneira da sua incompetência.

Em tempo: meu comentário, até o momento, está sob avaliação. Ele é basicamente um resumo (e bem mais educado) do presente post. Vamos ver no que vai dar…

A Brut, fabricante americana de cosméticos masculinos (desde shampoo a desodorante) resolveu entrar na briga do cheiro.

Sob o slogan “BRUT acredita que cada homem tem o direito inalienável de cheirar como homem”, a empresa faz frente à campanha da Old Spice em que um homem de toalha prega que o “seu homem deveria cheirar como eu cheiro”.

Parece que tal campanha da Old Spice gerou uma série de protestos (ridículos) a respeito de como se estereotipiza a imagem do homem perfeito, blá-blá-blá. Enfim, a campanha, que na minha opinião só não é melhor que a do Terry “Latrell” Crews (veja vídeo abaixo), gerou retaliações (bem-humoradas) da parte da concorrência.

Voltando, a Brut criou um jogo em que você pode estapear um cara de toalha (em referência ao Old Spice), um sósia do Tiger Woods (garoto-propaganda da Gillette) e um mímico.

Por que um mímico? Juro que não entendi, mas foi o que (por razões pessoais) mais gostei de espancar (mesmo que virtualmente).

Enfim, dê uma passadinha lá no site http://www.brutslap.com/#/Slap/, clique em “THE SLAP” e escolha sua vítima. Enquanto carrega, dê uma conferida nas duas campanhas que geraram a intriguinha do título e o da Gillette:

 

Fonte: http://adage.com/

Quais são os elementos mais recorrentes em campanhas publicitárias? Qualquer estudante de Publicidade sabe responder: humor, sexo, crianças e animais.

Desde a academia, a gente aprende que, além do humor, pessoas sensualmente perfeitas, crianças bonitinhas e bichinhos fofinhos ajudam a fixar a mensagem na mente do público-alvo de maneira mais fácil. Então, tá! A receita de bolo tá aí e é só ser seguida, né!?

Acho que não é bem assim…

Antes que alguns clientes começassem a bater na mesa com um osso em triunfo (como naquela cena de 2001, uma odisséia no espaço), achando que finalmente poderão se livrar das agências, a McCann da Ucrânia criou um aplicativo que combina porcentagens de sexo, crianças e animais, produzindo engraçadíssimos personagens que reproduzem um ser híbrido que representaria a campanha.

Entre no link http://www.think-mccann.com.ua/ e monte a sua campanha, digo, sua personagem. E pense bem antes de soltar alguma ideia brilhante ao seu cliente. Ela pode se parecer com isso:

 

Fonte: Ads of the World

A TDA_Boulder, uma agência de publicidade e design do Colorado (EUA), acaba de criar um dispositivo online que vai ajudar a diminuir as barbeiragens nas redes sociais.

O Social Media Sobriety Test (clique no link ao lado e instale para testar) é um dispositivo simples. Após instalá-lo no seu browser de preferência (no meu caso, o Chrome), todas as vezes que você quiser logar num de seus perfis de redes sociais (Twitter, Facebook, Orkut etc.), o SMST é acionado e só libera sua entrada se passar no teste. Basta que você acompanhe, com o cursor do mouse, o movimento traçado pelo programa com um círculo (veja o vídeo). Fácil, para quem está sóbrio.

Então, #ficadica: se beber, não tuíte.

Excelente idéia da Ogylvy Paris para o Scrabble (o Palavras Cruzadas, aqui no Brasil).

Intitulada “The Block Project”, um prédio residencial virou um tabuleiro animado gigante de Scrabble, em que personagens representavam as palavras, criando situações fantásticas e muito divertidas.

Independente do país, a Ogylvy é foda!

A Diesel lançou um vídeo comemorativo de seus 30 anos de vida: XXX.

já tá velhaco, mas não me canso de assistir. Muito bom!

Imagine-se no cinema, assistindo às vinhetas e traillers que antecedem ao filme. Então, vem a vinheta da pipoca (claro, tem que estimular a venda). No princípio, uma vinheta alegre, descontraída, família. Do nada essa vinheta se torna dramática, até assustadora…

Assistam que vale a pena. A ação foi criada pela BBH de Londres para o cliente St. John’s Ambulance, uma instituição que ministra cursos de primeiros socorros e fornece equipamentos para tal fim. Uma intervenção simples, mas que mostra que nem só de mídia tradicional vive a Publicidade e que às vezes, um susto vende melhor que muita musiquinha com refrão grudento.

Fonte: Ad Age.

Na sexta-feira passada recebi um informativo da Ad Age em que uma das notas era sobre o tão famoso Super Bowl americano.

Para quem ainda não sabe, Super Bowl é o evento esportivo mais esperado do ano, quando rola a final do campeonato nacional de Futebol Americano (aquele que, apesar de ser jogado com as mãos é chamado de foot).

Enfim, a nota era sobre o fato de todos os patrocínios para o evento terem sido todos vendidos três meses antes do jogo acontecer. Isso mesmo: TRÊS MESES ANTES.

Mas o que mais impressiona no texto são os valores dos comerciais de 30 segundos: US$ 2,8 milhões e US$ 3 milhões na Fox e US$ 2,5 milhões a US$ 3 milhões na CBS. E ainda assim, esgotaram-se todas cotas de patrocínio.

E tem gente que ainda acha o Jornal Nacional caro.

Leia mais em adage.com

Burguesinho

Publicado: 02/11/2010 em BRAINSTORM
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Não vou mentir: torci pelo Serra. Todo mundo sabe. Mas, quem me conhece, sabe que torci por falta de opção mesmo. Ele não era, nem nunca foi meu candidato. Menos ainda a Dilma.

Mas, como em jogo de futebol, tem gente que torce pra quem ganhou, tem gente que torce pra quem perdeu. E, como nem tudo é perfeito nessa vida, além de não ganhar no último sorteio da Megasena, meu candidato perdeu também. Ema-ema e, como disse o Alemão, “vamo que vamo, agora que não tem jeito, Dilma eu te amo”.

Eu sei perder, juro! Não gosto, mas sei. Fui criado para sempre lutar e continuar lutando até ganhar, mas dessa vez, não dependia de mim. Mas, uma coisa que aprendi desde os meus primeiros passos nas Artes-Marciais, pior que quem não sabe perder, é quem não sabe ganhar. Sempre ouvi dos meus professores e mestres que mais importante que ganhar é saber ser humilde na vitória.

Ontem, todos os petistas que me seguem no Twitter foram superelegantes e comemoraram na deles. Até um certo momento. Uma dessas pessoas que me segue resolveu dar uma tripudiada. Claro! Eu sabia que não ia ficar barato toda aquela campanha anti-Dilma. O meu amigo Che Guevara da indústria do tabaco, o Vinícius, ficou na dele comigo (a não ser naquela vez que eu mexi com o Lulla, mas foi light assim mesmo). Mas a outra pessoa já estava na espera.

Do nada, pipocou o seguinte tweet na timeline:

“Ei se ferro hennn, Vai ter que engolir a dilminha hahahaaha Burguesinho”

Bom, pelo náipe do palavreado, já dá pra sacar muita coisa. Enfim, comedidamente respondi que sentia muito por ela, blá-blá-blá e que duvidava (na verdade, tinha certeza no momento) que sabia o significado de burguês. A pessoa me responde:

“ahhh não mete essa vai, #13neles, esse país precisa de uma mulher no poder, sei sim o que é um burguês You are.”

Bom, nessa eu já tinha sacado que a pessoa tava a fim de trollar mesmo. Assim, já respondi de maneira a encerrar o papo:

“vc só piora a situação c/ discursos vazios e inconsistentes. Vc nem sabe direito pq votou nela. Daqui a 10 anos…” “Qdo vc amadurecer, a gente volta a conversar sobre política. Por enquanto, a gente fica só na amizade e frivolidades, ok!?”

Aí pensei, “acho que agora sossega e me deixa em paz”. Ledo engano:

“Ahhh não tem argumento vai burguesinho, Dilma na cabeça ahhahaa”

Numa retrospectiva das nossas conversas, me lembrei das inúmeras vezes em que a pessoa me chamava de burguesinho, dizendo que eu não entendia das coisas e que só quem não é burguês sabe. Por isso, mandei:

“E qual é o seu argumento mesmo?”

Tá certo, tá certo! Eu deveria ter parado, mas uma curiosidade mórbida tomou conta de mim. Eu precisava entender o porquê de tanta raiva de um conceito que não era usado pejorativamente desde a queda do Muro de Berlin (a não ser pelo PSTU, claro). Eu esperei (inocentemente, confesso) que viesse uma resposta mais consistente. Mas…

“Não viaja, entendo e mto de politica e sei q Dilma é a melhor escolha pro brasil, vcs burguesinhos q n entendem nd #13neles”

Então, percebi. A pessoa não tinha argumentos, pois não fazia a menor ideia dos argumentos do partido que apoiava. Não sei se porque nunca procurou saber, se não sabia mesmo ou se porque apoia por ter assistido Diários de Motocicleta e achar Che Guevara um gato, apesar de morto. Então, me lembrei de uma técnica em que a gente provoca o oponente para que ele dê tudo de si. Talvez, enfim, eu teria a resposta:

“Por enquanto, só ouvi falácias infantis sem sentido. Cadê o argumento, XXXXXXXXX? Ou vc é tão vazia qto seu partido?”

Uma coisa que eu me esqueci de mencionar sobre essa técnica é que ela é mais usada para deixar o oponente cego de raiva e atacar com raiva e o ataque geralmente vem de qualquer jeito. Assim, com calma e com técnica, usamos isso em nosso favor. Mas, nas outras vezes, o que costuma acontecer, é o adversário mostrar o que realmente sabe, com muita raiva. Enfim, aconteceu a primeira:

“Não não, vc que é tão vazio quanto seu partido e os ideais de burguês que ele tem”

Bom, deu certo. Acabei descobrindo que essa pessoa não sabia mesmo o porquê de ter votado em quem votou. E o pior: talvez tenha votado por um ódio que nem entenda.

Eu fiquei pensando na quantidade de vezes em que usou o termo burguês contra mim como se fosse a pior das maldições que se pode desejar a um ser vivo. Tipo Avada Kevadra, do Harry Potter.

“Por que é tão ruim ser burguês?”, eu me perguntei.

Uma vez, a mesma pessoa me chamou de playboy. Eu fiquei meio ofendido com isso, confesso. Meus pais são de origem humilde (a família do meu pai passou fome na Europa durante a II Guerra e, quando fugiram para cá, passaram fome também) e batalharam duro para dar a mim e à minha irmã uma boa educação. Trabalhei durante o dia e estudei Publicidade à noite e me formei. Continuei trabalhando, sempre buscando lugares mais altos e construí um patrimônio. Não é nada vultuoso, mas o apê é meu e o carro também. Consegui tudo isso graças ao meu suor, sem roubar ninguém, nem passar a perna nos outros. Enfim, honrei os esforços dos meus pais e o sobrenome que me deram.

Durante toda a minha vida, conheci gente que, como eu, conseguiu conquistar as coisas em suas vidas. Conheci também algumas que não conseguiram. Dessas, algumas continuam tentando, outras desistiram e se revoltaram logo no começo de suas lutas. E sabe o que eu descobri? Que para essas últimas, eu sou burguês. O que mais me entristece nisso tudo, não é o fato de ser amaldiçoado com as palavras mágicas erradas. O que me entristece é que essa nova e jovem classe C, em vez de correr atrás daquilo que outros têm porque trabalharam duro para ter, preferem amaldiçoar àqueles que têm.

Assim, eu deixo de ser um exemplo aos meus alunos e passo a ser um estorvo na sua utopia, alguém que está dificultando a vida deles, já que eu tenho algo que eles, por não terem, também não querem.

Desculpem o desabafo. Voltamos à programação normal.

Começa no dia 20 de setembro de 2010 a 11ª edição da Semana de Publicidade da PUC-SP, realizada pelo Curso de Publicidade e Propaganda da PUC e pela Agência PUC.

Para quem não sabe, a Agência PUC é formada só por alunos do Curso de Publicidade e Propaganda e, não por coincidência, foram premiados há alguns dias na etapa nacional do Intercom com a melhor campanha. Qual campanha? A da 10ª Semana de Publicidade, que foi muito bacana por sinal.

Neste ano, a Semana contará, como sempre, com feras do mercado e representantes de grandes agências como Ogilvy, Leo Burnett, AlmapBBDO, Lew/Lara, DM9DDB, entre outras gigantes. Além disso, teremos clientes-anunciantes falando sobre o outro lado do balcão, figurinhas carimbadas do Meio & Mensagem e algumas oficinas, que costumam ficar cheias (dentro e fora…).

Mais informações:

http://semanapp.wordpress.com/

http://twitter.com/semanapp


Um mundo sem Photoshop

Publicado: 09/09/2010 em BRAINSTORM
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Meeeeeedo!

Intercom 2010 é da Agência PUC

Publicado: 08/09/2010 em Sem categoria
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Agência PUC arrebenta no Intercom e leva prêmio na etapa nacional pela campanha do Polvo.

Parabéns, equipe!

Cannes, um dia, aí vamos nós!

O Blog do Crespo publicou ontem um post sobre os 10 virais mais assistidos.

Hoje, ao dar uma sapeada no meu Facebook, dei de cara no wall com um post da minha amiga da época de RedeTV!, Tatiana Gomes falando de um viral para Tipp-Ex, um ‘branquinho’ daqueles de fita, da Bic.

O filme do Youtube mostra um campista escovando seus dentes distraidamente, quando aparece um urso. A voz de alguém que o acompanha (e segura a câmera, ou nós mesmos) começa a gritar “Atire naquele urso! Atire!”, ao mesmo tempo em que o personagem grita que não pode.

Duas opções aparecem no vídeo: “atirar no urso” ou “não atirar no urso”. Ao clicar em qualquer uma delas, você é redirecionado a uma página personalizada da empresa no próprio Youtube, em que será exibida a continuação da saga do campista.

Rola uma intervenção com o Tipp-Ex e o personagem e ele o convida a escrever qualquer coisa no espaço em branco da intervenção, logo depois saindo do quadro.

As mais variadas situações podem acontecer a partir daí. Se você demorar, o campista volta e o esculhamba pela demora.

E qualquer palavra (qualquer mesmo) gera um novo filme, cujo roteiro se baseia na palavra digitada. Mas tem que ser em inglês.

Pode escrever qualquer coisa: sleep, dance, sing, fuck (a mais engraçada), fly, shit, pee, fart etc. O melhor é quando se escreve algo muito esdruxulo.

Vai lá e me diz o que achou:

VIRAL TIPP-EX NO YOUTUBE

Terminando mais um fichamento para o Mestrado: A Cultura de Massas no Século XX, de Edgar Morin.

É meio apocalíptico.

Sempre tem algum sociólogo, filosofo ou frustrado em geral que quer colocar a culpa das mazelas da humanidade na Indústria da Cultura de Massas.

Para mim, numa época em que já descobriram que a segmentação na Comunicação é necessária e que as marcas têm um apelo que faz com que tenham fãs em vez de consumidores, Cultura de Massas é um conceito cada vez ligado a roteiro gastronômico no Bixiga.

Morram lenta e dolorosamente, frankfurtianos!

Anteontem eu recebi um tweet do M&M Online sobre uma matéria publicada no site.

A chamada era “Crianças reconhecem o papel da Publicidade”. É claro que parei tudo o que estava fazendo para ler o texto, já que uma das minhas maiores brigas no meio acadêmico é sobre esse assunto tão espinhoso e divisor de águas.

Só para situar quem não entende muito bem a encrenca, um grupo bastante significativo de psicólogos e sociólogos (principalmente esses últimos) “descobriram” que a culpa das mazelas e consumos supérfluos desenfreados é da “indústria da comunicação”, comumente representada em seus textos pela famigerada Propaganda. Uma corrente específica realiza estudos que tentam comprovar que as crianças sofrem compulsão consumista pela manipulação inescrupulosa da Propaganda infantil.

Bom, já começa pelo erro crasso cometido por esses leigos no uso da expressão Propaganda. Quem costuma ler o Kick, é ou foi meu aluno ou tem a paciência de aturar meus discursos inflamados em defesa da classe sabe a diferença entre ela e a Publicidade. Mas não vou entrar nesse terreno exaustivamente estudado. Minha bronca hoje é com outra cousa.

De acordo com a reportagem do M&M (Crianças reconhecem o papel da Publicidade), a Turner International do Brasil, responsável pelo canal Cartoon Network, realizou uma pesquisa no primeiro semestre deste ano com crianças e mães, usando métodos como grupos de discussão e tecnologias como o eye-tracking para entender a reação e a relação dessas crianças e suas famílias com as campanhas publicitárias.

O resultado mostrou que as crianças entendem certas sutilezas das mensagens publicitárias e sabem que as mesmas estão ali apenas como um mecanismo atrativo, além de terem a consciência de que não se tornarão mais bonitas, mais fortes ou terão poderes se comprarem o produto anunciado.

Ou seja, começamos a provar que a criança quer o brinquedo, não porque foi seduzida ou teve sua mente manipulada por uma mensagem subliminarmente diabólica, mas porque quer um brinquedo para simplesmente brincar. Crianças querem apenas ser crianças. A fantasia, o lúdico e a diversão já fazem parte do cotidiano das crianças antes mesmo das grandes agências brasileiras se tornarem médias, bem antes do Göebbels e seu Ministério da Propaganda revolucionar a técnica e muito antes de da Igreja Católica oficializar o conceito de propaganda. Isso é coisa daqueles adornianos apocalípticos que acham que a comunicação é nefasta e a causa da extinção da humanidade.

Mesmo o meu bom amigo Vinícius Fel com Limão me dizendo que a pesquisa tem tanta credibilidade quanto uma sobre os efeitos do cigarro encomendada pela Souza Cruz, ainda é válida, sim! Uma pesquisa patrocinada pela Souza Cruz, com certeza não usará fumantes inveterados, com mais de 20 anos de “bronzeamento pulmonar”, ou a família deste. A pesquisa da Turner usou crianças e mães. É claro que esse tipo de dado, o fato de uma empresa do segmento ter feito a pesquisa, dá margem a desconfianças. Mas, se for assim, pesquisas eleitorais patrocinadas pelo Governo também não merecem a menor credibilidade, não?!

Então, meus queridos leitores, vamos parar com essa palhaçada de requentar teorias da década de 1970.

O mundo mudou, o acesso a informações atualmente é facilitado ao extremo e se os pais são bundões a ponto de comprarem tudo o que o pirralho birrento quer, a culpa não é da Publicidade (muito menos da Propaganda).

É falta de tapa na bunda. Dos pais, não da criança.